domingo, 22 de fevereiro de 2009

Oscar


A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood foi criada em 11 de janeiro de 1927. Dois anos depois a primeira entrega de prêmios foi realizada.
A idéia foi do presidente do estúdio MGM, Louis B. Mayer, que convidou 36 diretores e atores. Hoje, existem mais de 6 mil membros na Academia, que são escolhidos através de um convite dos diretores. Para concorrer à vaga, é preciso ter ganhado um Oscar ou ter dado uma contribuição ao cinema. No total, participam 14 ramos da indústria, como atores, diretores, fotógrafos, produtores e roteiristas.

No começo, os integrantes eram presididos pelo ator Douglas Fairbanks. Desde 1997, Robert Rehme ocupa o mesmo cargo.
A cerimônia era realizada com almoços ou jantares em hotéis ou grandes restaurantes.
A mídia norte-americana recebia a lista de premiados antecipadamente e assumiam o compromisso de só divulgá-la no final da noite. Até que o Los Angeles Times quebrou o acordo.
Desde então, é segredo absoluto até a abertura dos envelopes lacrados. A votação é apurada por computador. Até a noite de entrega, nem mesmo a Academia sabe quantos serão premiados.

Sete andares de um prédio de Beverly Hills abrigam o escritório da Academia. Vários outros espaços foram sede desde a fundação. A instituição é sustentada pela noite de entrega. A renda da transmissão mantém a empresa, que também tem uma biblioteca, bolsas de estudo, preservação de filmes antigos e publicações. Ninguém ganha para aparecer na cerimônia e também não é preciso ser sócio para concorrer ao Oscar.
A primeira cerimônia de entrega do prêmio durou apenas quinze minutos. Homenageava apenas os principais atores, atrizes e diretores da indústria. Com o tempo, foram criadas mais categorias até chegar as 24 atuais. Outra grande mudança foi na transmissão. Inicialmente, só era veiculada por rádio.
A premiação da Academia foi exibida pela primeira vez em 1953 (preto e branco) e, 13mais tarde, em cores.
A expressão "O Oscar vai para..." ("The Oscar goes to...") não chega a ser uma tradição na cerimônia. Até 1989, era comum dizer "O vencedor é..." ("The winner is...").


A Estatueta


Um cavaleiro de pé sobre um rolo de filme com uma espada entre as mãos, banhado em ouro de 14 quilates, composto por estanho e cobre, com 34 cm de altura e avaliado em US$ 150 é um dos objetos mais desejados do mundo do cinema.

O desenho da escultura – que não sofreu transformações - foi criado por George Stanley, sob encomenda do diretor artístico da MGM, Cedric Gibbons. No começo, a empresa R. S. Owens and Company, responsável por fundir, moldar e polir o objeto, fabricou as primeiras estatuetas em bronze. Mas, durante a Segunda Guerra, sua estrutura básica passou a ser de gesso para economizar metal. O próprio presidente da Owens já explicou em entrevista que cada troféu é feito à mão. Normalmente são encomendadas 50 a cada ano.


Existem muitos mitos sobre o apelido Oscar.
O nome oficial da estatueta é Prêmio da Academia ao Mérito, e foi utilizado por quatro anos. Três histórias são contadas para justificar o nome do troféu. Uma delas é que o colunista de cinema Sidney Skolsky começou a usar o apelido em sua página para referir-se ao prêmio de Melhor Atriz levado por Katharine Hepburn. Outra é sobre a secretária da Academia da época, Margareth Herrick, que disse que a estátua lembrava seu tio Oscar e, a partir daí, o nome pegou. Por último, conta-se que, certo dia, a atriz Bette Davis afirmou que a estatueta lembrava ex-marido Harmon Oscar Nelson.

Desde a primeira premiação em 1929, foram entregues mais de duas mil estatuetas. A Academia impõe algumas regras aos vencedores, como nunca vender o troféu, a não ser para a própria Academia e pelo preço simbólico de dez dólares. Mas, como toda regra tem sua exceção, um leilão em 1993 quebrou a tradição. O Oscar que a atriz Vivien Leigh ganhou em 1940 por ...E o Vento Levou foi arrematado por US$ 562 mil.

Vejam alguns acontecimentos separados por ano:

1931: o ator Jackie Cooper, na época com 10 anos, acabou dormindo na premiação. Ele concorria ao Oscar de melhor ator por 'Skippy'. Cansado, Cooper colocou o rosto nos ombros de Marie Dressler, que teve que acordá-lo ao ser eleita a melhor atriz.

1932: A Academia aceitou pela primeira vez inscrições de filmes que não foram rodados em Hollywood. Muitas críticas foram feitas ao novo critério de seleção. Alguns radicais detestaram a idéia de eleger filmes estrangeiros.
1938: o escritor John Lee Mahin recusou uma indicação ao Oscar de melhor roteiro pelo filme 'Captains Courageous' por não concordar com as regras de votação.
1940: o Los Angeles Times publica uma lista com os vencedores do Oscar na mesma noite da premiação, vendendo milhares de jornais. Com isso, o envelope lacrado passou a ser adotado e o segredo dividido com pouquíssimas pessoas dentro da Academia.

1943: O ator Humphrey Bogart era um dos favoritos da noite, concorrendo por seu papel em Casablanca. O ator acreditava tanto na sua vitória que parece ter ficado surdo. O nome anunciado do vencedor foi Paul Lukas, mesmo assim, Bogart levantou-se para receber o prêmio. Ao constatar que todos aplaudiam a chegada de Lukas ao palco para pegar seu Oscar por Horas de Tormenta, Boggie usou do seu charme e classe para disfarçar e foi o único a aplaudir o amigo de pé.

1952: A atriz Shelley Winters estava certa de que ganharia o Oscar pelo filme Um Lugar ao Sol. Ronald Colman ainda terminava a frase "And the winner is..." e, antes mesmo dele abrir o envelope, a atriz levantou-se da sua cadeira para dirigir-se ao palco. O ator italiano Vittorio Gasman, com quem ela foi casada durante dois anos, a puxou rapidamente e os dois foram ao chão.


1962: George C. Scott recusa sua indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante por 'Desafio à Corrupção'. Apesar do pedido, seu nome não foi retirado da cerimônia.

1963: Hitchcock inovou nos efeitos especiais existentes na indústria Hollywoodiana ao apresentar ao mundo o filme 'Os Pássaros', que mostrava a revolta das aves contra seres humanos. Pela primeira fez, uma produção usou efeitos realmente convincentes. O vencedor da categoria, porém, foi 'Cleópatra', que se limitou a usar maquetes nas suas cenas de batalha.

1964: A diva Rita Hayworth era conhecida mundialmente por seu trabalho, mas nunca ganhou uma estatueta. Ao apresentar o Oscar de melhor diretor na premiação de 1964, a atriz se viu em apuros ao não conseguir ler o nome do vencedor nas pequenas letras do envelope. A confusão a fez chamar o diretor Tony Richardson, de 'As Aventuras de Tom Jones', de Donny.

1967: O veterano diretor Alfred Hitchcock nunca ganhou um Oscar por seus trabalhos individuais, juntando-se à Stanley Kubrick na prateleira de "cineastas injustiçados" da premiação. O único reconhecimento de Hitchcock foi o prêmio Irving Thalberg, pelo conjunto de sua obra, dado em 1967.

1970: Goldie Hawn mostrou-se "chocada" ao ler que George C. Scott era o premiado de 1970, e soltou um: "Meu Deus". Scott havia recusado ir à cerimônia dias antes e pediu para sair da lista dos indicados.

1973: Brando, que já havia sido premiado em 1954 por Sindicato de Ladrões e aceito, mandou uma índia de nome Sacheen Little Feather representá-lo na entrega dos prêmios de 1972, que lhe deu o segundo Oscar por O Poderoso Chefão. Sacheen subiu ao palco na hora do anúncio da vitória de Brando – feito por Liv Ullman e pelo então novo 007 Roger Moore - recusou o prêmio em nome dele e enfureceu a platéia e o publico televisivo, com um discurso escrito pelo ator contra a opressão sofrida pelo índio norte-americano. Tempos depois, descobriu-se que a “índia” era na verdade uma dançarina do Texas que acabou posando para a revista Playboy.

1974: Ao vencer o prêmio de melhor ator por 'O Último Tango em Paris', Marlon Brando colocou uma atriz vestida de índia para receber o prêmio. A indígena reclamou da forma como os índios eram tratados em Hollywood. Como se não bastasse, a estatueta foi recusada.
- Embora tenha ganhado três Oscars em sua carreira, Katherine Hepburn nunca havia apresentado a cerimônia. Ela agradeceu a Academia: "Já era sem tempo".
- Um homem de 33 anos, identificado como Robert Opal, invade o palco completamente pelado, tirando a atenção do ator David Niven, que iria anunciar a convidada Elizabeth Taylor. Opal torna-se uma figura cultuada pelos jornalistas e fãs da cerimônia. Ele foi encontrado morto cinco anos depois, em São Francisco.

1975: O excesso de confiança de Steven Spielberg o fez cometer uma das piores gafes de sua carreira. Achando que seria premiado por 'Tubarão', em 1976, o veterano diretor contratou uma equipe de câmeras para filmar sua reação. O vencedor, no entanto, foi Milos Forman, por 'Um Estranho No Ninho'. Spielberg não escondeu a decepção e lamentou com as mãos na cabeça e olhar cabisbaixo.

1977: 'Rocky, um Lutador' ganhou de 'Taxi Driver' como melhor filme, o que, para muitos, é considerado uma piada. O que a Academia não imaginava é que Sylvester Stallone fosse se tornar um astro tão popular, sendo ridicularizado pela mídia americana. Dentre seus apelidos atuais, figura o "Rambotox", em alusão a uma cirurgia plástica que fez no rosto para viver o mesmo papel no filme 'Rocky Balboa'.

1983: Meryl Streep deixou cair no chão o discurso que preparou para agradecer o Oscar de melhor atriz por 'A Escolha de Sofia', em 1982, e teve que improvisar.

- Zibnigiew Rybczynski, ganhador do Oscar de melhor animação por 'Tango', deixou o auditório para fumar um cigarro do lado de fora e na volta foi barrado pelos seguranças. Por ter pouco domínio da lingua inglesa, não conseguiu argumentar que era um convidado e acabou algemado e preso, passando a noite atrás das grades.

1985: Sally Field foi ridicularizada em 1985 pelo discurso que fez ao ganhar seu segundo Oscar por 'Um Lugar no Coração'. Ela disse que "não era ortodoxa e que nunca sentiu o respeito de ninguém, mas agora as pessoas gostavam dela". "Vocês realmente gostam de mim", repetiu três vezes.

1987: Ao subir ao palco, Eddie Murphy reclamou e disse que a premiação não era dada a atores negros. Segundo ele, "os negros e ele mesmo não seriam capazes de levar uma estatueta".
- Cher agradeceu seu maquiador e cabeleireiro, mas esqueceu completamente do diretor e roteirista do filme 'Feitiço da Lua', que a fez ganhar o prêmio de melhor atriz. Dias depois, pediu desculpas públicas em um anúncio publicitário na Variety.
- A cerimônia teve que ser feita sem roteiros e na base do improviso, já que o sindicato de roteiristas estava em greve.

1988: Sigourney Weaver é mesmo azarada. Ela foi indicada aos prêmios de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, mas não levou nenhum.

1989: um número musical frustrante foi mostrado para a platéia. A atriz Eileen Bowman subiu ao palco vestida de Branca de Neve, fez um dueto desafinado com Rob Lowe e se uniu com outros artistas para mostrar o que seriam "os vencedores dos Oscars futuros". Nenhum dos atores apresentados no palco foi indicado posteriormente. Depois disso, a Disney processou a Academia por não pagar os direitos do uso da imagem de Branca de Neve.

1990: Alguns prêmios são apresentados por "personagens". Nesse ano Pernalonga
(comemorando seus 50 anos) subiu ao palco.

1996: Sharon Stone subiu ao palco sem envelope em 1996 e teve que improvisar enquanto esperava que a equipe da Academia encontrasse o cobiçado papel.

1997: Com a certeza que iria ganhar o Oscar de melhor atriz por 'Titanic', Kate Winslet foi filmada com uma expressão de choque, seguida de uma careta, ao perceber que a vencedora foi Helen Hunt, por 'Melhor é Impossível'.

1999: Fernanda Montenegro disputou o Oscar de melhor atriz por 'Central do Brasil' com várias atrizes veteranas, entre elas Meryl Streep ('Um Amor Verdadeiro') e Cate Blanchett ('Elizabeth').
Mas quem ganhou foi Gwyneth Paltrow, com seu desempenho pouco surpreendente ('Shakespeare Apaixonado').
Alguns jornais americanos, e comentários em sites internacionais, garantiram que "qualquer uma delas merecia o prêmio, menos Gwyneth."

- No mesmo ano, Catherine Zeta-Jones, protagonista de 'Chicago', levou o prêmio na categoria de melhor atriz coadjuvante. No entanto, ela concorria com Julianne Moore, em 'As Horas', e Meryl Streep em 'Adaptação', performances que, segundo a revista Premiere, foram "infinitamente superiores".

2000: Os vencedores quase ficam sem as suas estatuetas. É que os 55 Oscars desapareceram misteriosamente quando era transportado de Chicago, onde são feitos, para Los Angeles. Nove dias depois, 52 deles foram encontrados em um lixo, por Willie Fulgear. O herói foi convidado para participar da cerimônia daquele ano.

2001: Em forma de protesto, a cantora Björk foi a cerimônia do Oscar vestida de cisne, com figurino feito de arames e penas brancas. A cantora, que foi à premiação para apresentar a música 'I´ve Seen it All', parte da trilha sonora de 'Dançando no Escuro',foi severamente criticada pelos conservadores.

2002: Foi o primeiro ano em que dois negros levaram para casa os dois principais prêmios de atuação. Eles foram Halle Berry e Denzel Washington.

2003: Ao ganhar o Oscar de melhor ator por 'O Pianista', em 2003, Adrien Brody fez uma oração no palco para que o conflito no Iraque "acabasse bem", defendendo, em partes, os Estados Unidos. Antes disso, Michael Moore havia disparado críticas ofensivas ao governo de Bush, o que fez o "discurso" de Brody soar como uma provocação ao diretor

2005: o filme de Walter Salles, 'Diários de Motocicleta', ganha o Oscar de melhor canção original com 'Al Outro Lado Del Rio', composta pelo uruguaio Jorge Drexler. O intérprete, no entanto, foi impedido de cantar sua música no palco, dando lugar a Antonio Banderas e Carlos Santana. Em forma de protesto, Drexler recebeu sua estatueta e cantou os versos da música ao invés de fazer um discurso.

- Organizadores da Academia abriram uma ação na Justiça contra várias empresas e cinqüenta anônimos por venderem ingressos para a maior cerimônia de Hollywood. Eles ganhavam até US$ 30 mil por cada par de ingressos dos fãs ansiosos por chegar perto de astros como Leonardo DiCaprio ou Hilary Swank.

2006: 'Brokeback Mountain' perdeu o posto de melhor filme para 'Crash - No Limite'. Ninguém es perava o resultado, uma vez que o drama de Ang Lee foi o mais elogiado da crítica em 2005 e tinha conseguido um desempenho extremamente alto nas bilheterias, mesmo estreando em salas limitadas. Se o filme ganhasse, haveria outra vitória: a Academia finalmente negaria o tabu que vem desde a década de 50, de que os filmes que retratam os homossexuais de forma aberta não seriam bem-vistos por Hollywood

Um comentário:

ana paula disse...

Nossa Ju, qta informação sobre o Oscar, guria!! Fez a lição de casa direitinho, hein!! rsrsrs

Vou tentar ler tudo!! :-D

Bjokas